sábado, 10 de novembro de 2012

Perfume




Os sacerdotes egípcios faziam um grande uso de perfumes para homenagear as divindades. Para eles a vida terrena era apenas uma pequena parte de toda a existência e servia para preparar a viagem ao além, até o encontro com os deuses. Por isso, os corpos dos defuntos deviam ser conservados o mais íntegros e fragrantes de aromas possível.


A mumificação consistia na retirada do cérebro e das vísceras dos mortos, para serem substituídas por estopas impregnadas de perfume e depois untadas com açafrão – uma substância a base de carbonato de sódio – e finalmente envolto em tiras impregnadas de uma resina com propriedades antiparasitárias.
Em Tebas, havia um local inteiro reservado á mumificação, chamado Memnônia. De lá, um cortejo de sacerdotes transportava o sarcófago com o corpo embalsamado até a tumba, que ficava localizada na outra margem do rio Nilo.


Durante o trajeto, eles queimavam resinas perfumadas que simbolizavam o sopro da vida imortal. Quando chegavam no túmulo, a múmia era recoberta com ungüentos aromáticos, sua cabeça era coberta com flores e folhas e ao seu lado depositavam-se objetos cotidianos como pertences e presentes que lhe podiam ser úteis no além-túmulo. Entre os presentes havia caixas e vasos com ungüentos sagrados, cosméticos e perfumes.

Reflexologia





A reflexologia podal é uma técnica antiga de tratamento por pressão que envolve a aplicação de pressão focalizada sobre pontos “reflexivos”, localizados nos pés, os quais correspondem a determinadas áreas do nosso corpo.
 Não se sabe ao certo quão antiga é esta técnica, no entanto, existem alguns fatos que apontam para a sua utilização pelos Egípcios, há cerca de 5000 anos atrás:

 

 *    Uma gravura encontrada num dos templos construídos por Ramses II,  aponta para um tratamento de massagem efetuado aos pés cansados dos soldados, no decorrer das longas caminhadas a caminho da batalha de Qadesh;

*     Uma gravura encontrada no túmulo do médico Ankhmahor, em Saqqara, no Egipto,  sugere uma massagem aos pés e às mãos, na qual encontramos uma inscrição com a exclamação de um paciente: “Não me faças doer.”; e a resposta do terapeuta que diz: “Atuarei de forma a agradar-te”.

  *   O túmulo de Ptah-hotep contém mais uma magnífica gravura em baixo relevo, que mostra um escravo a massagear as suas pernas e pés.


*   Relatos históricos confirmam que Marco António massageava os pés de Cleópatra nos jantares festivos.



Acredita-se que a reflexologia terá sido passada, pelos Egípcios, aos Romanos e daí até aos nossos tempos, sofrendo uma série de mutações que a transformaram nas técnicas utilizadas hoje em dia.




“Ele encontrou-a enquanto ela dormia na beleza do seu palácio. Ela acordou com a fragrância do deus, a qual já tinha cheirado na presença de sua majestade. Ele dirigiu-se para ela imediatamente, “coivit cum ea”  (deitou-se com ela), impôs-lhe o seu desejo e provocou que ela o visse na sua forma de deus. Quando ele lhe apareceu, ela rejubilou perante a sua beleza e o seu amor passou para os seus membros, inundados pela fragrância do deus; todos estes odores provinham de Punt”

J.H.Breasted, Antigos relatos do Egipto, parte 2, capítulo 196

Kyphi




O mais velho de todos os perfumes do Antigo Egito é o "Kyphi”. Kyphi foi o mais sagrado de todos os perfumes usados nos atos religiosos e todas as noites era oferecido pelos sacerdotes em seus templos. Era um incenso feito de mel, vinho, mirra, passas, zimbros, folhas de figueira, trevo, cardamomo, azedinha, cálamo galange, breu e Aspalathus.



Cremes anti-rugas




Os tratamentos anti-rugas eram bastante comuns no antigo Egito, como nos sugerem as diversas formulações contidas nos papiros médicos.

As rugas tratavam-se com aplicações diárias de uma mistura de incenso, cera de abelhas, óleo de Moringa, e frutos verdes de cipreste (Ebers, 716). A receita termina com a inscrição: “prova-o e verás!”.


Outra receita era composta por pó de goma dissolvido numa substância, não totalmente identificada, chamada água de padou (talvez mel e um óleo vegetal). O resultado era um líquido viscoso que se aplicava sobre o rosto, depois da lavagem. Ao que parece, produzia o efeito de “esticar a pele do rosto” (Ebers, 719), que tem algum paralelismo com os modernos “gommages”.

Cremes Corporais





Os Egípcios dispunham de uma grande variedade de cremes corporais, nos quais, como já referimos, utilizavam uma diversidade de óleos. Entre os mais comuns, destacam-se: óleo de linho, sésamo (Sesamum indicum), óleo de rícino (Ricinus communis), óleo de Balanos (Balanites aegyptiaca), óleo de amêndoa de Moringa (Moringa pterygosperma), óleo de oliva (Olea europea) e óleo de amêndoas. Os óleos animais, que também se utilizavam nestes unguentos, derivavam geralmente do gado bovino e dos gansos. Segundo a tradição, Cleópatra banhava-se, diariamente, em leite de burra. O leite de vaca e de mulher, eram usados como remédios terapêuticos (Ebers, 642) e o leite coalhado era usado, topicamente, em produtos cosméticos, sendo rico em ácido lácteo e alfa-hidroxiácidos, muito utilizados na actualidade na indústria cosmética. Tornou-se lendário o chamado, unguento de Mendes, ao qual se referiam Plinio e Dioscórides, e que era muito apreciado, exportando-se para a Grécia e Ásia menor. Ao que parece, era um unguento de complexa composição e que, provavelmente, poderia ser confeccionado de diversas formas, tendo uma delas sido descrita por Plinio como contendo: Óleo de Balanos, resina, mirra, óleo de azeitonas verdes, cardamomo, mel, vinho, gálbano e resina de turpertina. Este composto utilizava-se como creme corporal, depois do banho. Um outro unguento corporal, “para rejuvenescer e devolver a vida”, consistia num extracto de banha de porco e de boi, juntamente com diversas outras substâncias: incenso, cera de abelha, óleo de enebro e sementes de coriandro, que após aquecido, era aplicado sobre o corpo, realizando-se fricções com mirra, após a sua aplicação (Ebers, 652).