terça-feira, 31 de julho de 2012

Dança da Espada ou Punhal



Existem várias lendas para a origem da dança da espada. Uma delas diz que é uma dança em homenagem à Deusa Neit, uma deusa guerreira egípcia. Ela simbolizava a destruição dos inimigos e a abertura de caminhos. Outra lenda diz que esta dança surgiu nas tabernas onde os soldados iam descansar após um dia de luta. Então as mulheres da casa pegavam nas suas espadas e dançavam para sua diversão. Uma outra lenda diz que na antiguidade as mulheres roubavam as espadas dos guardiães do rei para dançar.

Flamingo



O flamingo é uma Ave belíssima, com uma graça e cores únicas ,pernalta e corpulenta de bico poderoso e beleza inconfundível  , suas penas chamam bastante atenção em função de sua coloração. Suas plumas são em tons rosados e vermelhos em função de sua alimentação.


Essa ave costuma se alimentar de pequenos crustáceos, plâncton, insetos e moluscos. A sua cor é explicada por essa alimentação que é rica em carotenóides, substância que proporciona essa coloração.

Desde os tempos mais remotos o flamingo tem sido admirado por sua bela e delicada silhueta. Gravuras de flamingos, com seu característico pescoço alongado, foram entalhadas em rocha e podem ser vistas em hieróglifos egípcios. A exótica ave era tão admirada que os egípcios a reverenciavam como a encarnação do deus Rá. Desenhos primitivos nas cavernas também retratam o flamingo com seu pescoço delgado e arqueado, e pernas finíssimas e elegantes.

segunda-feira, 30 de julho de 2012



A andorinha canta: «Aurora,
Para onde se foi a aurora?»



Assim se vai também a minha noite feliz
O meu amor na cama ao meu lado.

Imagine-se a minha alegria ouvindo o seu murmúrio:
«Jamais te deixarei», disse-me.
«Com a tua mão na minha passearemos
Por todos os mais belos caminhos».
·Demais a mais ele quer que o mundo saiba
Que de entre todas as mulheres sou a primeira
E que o meu coração nunca mais há-de ficar triste.

Poemas de Amor do Antigo Egito

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Snujs



Estes pequenos, mas importantes, acessórios utilizados na dança do ventre, tem recebido muitos nomes a medida que ficam mais populares. No Oriente Médio são chamados de sagats (nome em árabe) y zill (em turco). No Chile recebem o nome de crótolos, na Argentina são chinchines, e em inglês são finger cymbals.


Os snujs eram também um instrumento muito usado pelas Gawazees – mulheres de povos nômades provenientes da Índia, que se instalaram no Cairo - nas praças públicas para entreter o público. Também encontramos snujs dentre a maioria de peças folclóricas libanesas e egípcias.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Poemas do antigo Egito




I
Vem depressa para junto do teu amor,
Como o mensageiro real obedecendo à
Impaciência do seu amo - quer dizer, se
se acreditar, num mensageiro real.
Vem depressa,
Tens toda a coudelaria à disposição,
A carruagem pronta.
Nem o mais impetuoso dos cavalos
- Quando a encontrares -
Se aproximará da velocidade do teu coração.
II
Traz o teu ímpeto
À casa da tua amada,
Tu que és o orgulho da coudelaria do rei,
Escolhido de entre uma centena de puros-sangues,
Treinado com ração especial,
Que partes em galope sem igual
à mera menção da palavra estribo,
Sem mesmo o treinador
(Que é hitita)
Poder segurar-te.
Como ele conhece bem o coração dela
A que há-de ficar sempre ao seu lado.



III
Vem como a gazela do deserto
Obrigada a ziguezaguear em nervosa pressa
Atravessando os trilhos e voltando
Com medo do ganido dos cães e do caçador;
E que finalmente se decide por uma veloz linha recta
Com um olho no lugar deixado.
Estás a salvo dentro da casa da amada
Beijando-lhe as mãos, fazendo-lhe
A sincera proclamação do teu amor,
Fazes tudo isto
Tudo isto no interior da grande e pré-concebida organização
Da deusa do oiro

Faraó Tutankhamon




O Faraó Tutankhamon, morto aos 19 anos, não foi importante em vida. Mas na morte, passados três mil anos, tornou-se o mais famoso de todos os faraós. Seu túmulo foi o único descoberto em condições próximas às originais.


A câmara mortuária continha desde cestas de frutas e guirlandas de flores que ainda mantinham as cores, uma cama dobrável, uma caixa de brinquedos  e até quatro carruagens totalmente revestidas em ouro. De fato, o ouro predominava na decoração: sofás em ouro, trono dourado, paredes de ouro, um caixão de quase dois metros de ouro maciço, além da hoje famosa máscara mortuária cobrindo o rosto da real múmia.


A máscara, fruto de um trabalho de grande habilidade na ourivesaria, oferece um retrato idealizado do faraó, com traços que revelam o legado artístico da época de Akhenaton, já terminada, mesmo sendo tratados com maior equilíbrio e elegância, como no caso dos olhos, muito afilados, e dos lábios com o perfil carnoso. Tutankhamon usa os tradicionais símbolos da realeza: o véu nemes, cujas estrias são representadas com marchetaria de lápis-lazúli em ouro maciço, a imagem da naja e do abutre na testa (símbolo das deusas Uadjet e Nekhbet, senhoras do Egito unificado) e a barba postiça que equipara o soberano às divindades.


Detalhes da máscara mortuária:








A naja e o abutre, que se erguem ameaçadores na testa do soberano para protegê-lo dos inimigos, são feitos com uma série de pedras duras e massas vítreas coloridas encaixadas no metal precioso. O longo e sinuoso corpo da naja, em ouro maciço desenrola-se acima do nemes com extremo realismo.








Os olhos, contornados de azul como as sobrancelhas, são feitos com marchetaria usando a obsidiana (para a íris) e o quartzo (para a órbita). Um pequeno toque de vermelho nos cantos dos olhos garantem, ao olhar fixo do jovem soberano, uma inesperada sensação de realismo.






O colar é formado por doze voltas de pequenas pérolas policromadas, das quais a mais externa imita pingentes em formato de gota. O fecho evoca duas cabeças de falcão apoiadas sobre os ombros. A parte posterior da máscara, na altura do dorso, apresenta um longo texto hieroglífico gravado no ouro , que coloca de maneira  ideal os membros do faraó sob a proteção de outras divindades.







Strickland, Carol. A Arte Comentada, da Pré-História ao Pós Moderno.  Coleção Folha. Grande Museus do Mundo, Texto Silvia Einaudi. p. 80-1.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

Polenta



A palavra polenta vem do latin pollen que significa flor de farinha. Considerado um dos alimentos mais antigos do Império Romano, a polenta surgiu há seis mil anos, no Egito.
Na verdade, não é a polenta que hoje conhecemos. Os primeiros cozimentos eram preparados pelos egípcios com grãos esmigalhados de fava ou farro (um cereal semelhante ao trigo, porém mais consistente).

Farol de Alexandria



Considerada uma das maiores produções da técnica da Antiguidade, o Farol de Alexandria foi construído em 280 a.C. pelo arquiteto e engenheiro grego Sóscrato de Cnido a mando de Ptolomeu.

Sobre uma base quadrada erguia-se uma esbelta torre octogonal de mármore com cerca de 130 metros de altura, que por mais de cinco séculos guiou todos os navegantes num raio de 50 quilômetros da antiga capital egípcia. Situava-se na ilha de Faros (origem do termo farol), próxima ao porto de Alexandria, no Egito.

Em seu interior ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava a grande distância . A luz refletida chegava a 50 quilômetros, daí a grande fama e imponência daquele farol, que fizeram-no entrar para a lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Essa obra, feita toda em granito, começou a ruir no Século XIV, em 1303 e 1323 quando terremotos e deslizamentos tragaram boa parte de Alexandria, acabando com o brilho da “Cidade dos Mil Palácios”.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Tamareira



A tamareira, árvore egípcia tradicional desde a época dos faraós, demora de 150 a 200 anos para dar seu primeiro fruto. Significa que se você plantar hoje uma tamareira, provavelmente só o seu tataraneto colherá a primeira tâmara.

quarta-feira, 11 de julho de 2012



“Eu respiro o doce sopro,
Que sai da tua boca;
Eu vejo tua beleza, todo o dia;
É meu desejo ouvir a tua doce voz,
Semelhante ao vento do norte;
De sentir meus membros revigorados,
Pela tua vida e pelo teu amor.
Dá-me tuas mãos,
Que seguram teu espírito,
Que eu possa receber,
E viver por meio dele.
Chama meu nome à Eternidade,
E ele não perecerá jamais.”

Akhenaton

Lira


A lira é o instrumento de cordas mais antigo conhecido pelo homem, e de acordo com alguns registros, data de 4000 anos . Existem, entretanto, registros arqueológicos bem mais antigos, encontrados em cavernas na França, sob forma de pinturas do que seriam talvez os “ancestrais“ mais antigos da lira e da harpa, datadas de 15.000 AC (3). No Egito antigo, a lira e a harpa eram consideradas instrumentos sagrados, sendo utilizada nos templos e nas escolas de mistério.

A tomada de Yapu



A tomada de Yapu é um antigo relato egípcio que descreve a conquista da cidade de Jaffa pelo general Dyehuty (Djehuty) em tempos de Tutmosis III. Conserva-se uma cópia no papiro Harris 500, guardado no British Museum com a referência EA 10060.

Não se trata de uma narração histórica senão de um conto cujo telón de fundo é a campanha na Síria de Tutmosis,e o que lhe ocorreu a um comandante de tropa chamado Dyehuty que servia às ordens do faraón.



A tática usadas por Dyehuty na história evocam o episódio do Cavalo de Troya relatado na Odisea e o conto de Alí Babá e os quarenta ladrões das mil e umas noites.

Papiro Harris 500



O papiro Harris 500 é um documento do Antigo Egito, que reúne vários textos literários, entre os que se encontram os poemas de amor egípcios mais antigos. É conservado no British Museum com o número 10060.


É um papiro de princípios da XIX dinastia egípcia (durante o reinado de Seti I ou Ramsés II)[3] que se encontra muito deteriorado. Os poemas têm defeitos, como lacunas e erros cometidos pelos escribas.

 


Mede 143,5 × 20,3 cm e está escrito em hierático pelas duas caras. Ambas as partes são divididas em oito colunas.





Contém três seções com poemas de amor.

Primeiro grupo

Trata-se de oito poesias sem ilação entre elas. Quatro delas estão postas na boca de uma jovem (1, 2, 4 e 8), e o restante na de um varão (3, 5, 6 e 7). Embora o título original deste grupo não se conserve, Siegfried Schott classifica-os conjuntamente sob o título Poder do amor.

Segundo grupo

Tem oito poesias com uma introdução comum e a mesma temática, embora também independentes. O seu título é Começo dos cantos amenos para o amante, o escolhido do seu coração, quando vem desde os campos abertos, também estão em palavras de uma jovem. Também figura o Canto do harpista, embora não seja uma canção de amor.

Terceiro grupo

Tem três poemas que começam com o nome de uma flor. Os dois primeiros estão completos, mas do último apenas ficam fragmentos.



"Eis que meus dois olhos possuem toda sua força de outrora e com minhas duas orelhas eu ouço as harmonias da Ordem divina. Como Rá, eu navego no Oceano celeste. Na verdade, eu não repetirei jamais o que eu ouvi; eu não contarei a ninguém o que eu vi nos lugares dos Mistérios... Eis que me saúdam com gritos de alegria e eu percorro triunfante o Oceano celeste...!"
(Livro Sagrado dos Mortos Egípcio - Cap.CXXXIII)

sábado, 7 de julho de 2012

Poema 5 do segundo conjunto de poemas do papiro Harris 500



"Ó tu, dentre os jovens o mais belo,
vem-me o desejo de cuidar de tuas coisas
como dona de tua casa,
com o teu braço no meu braço,
servindo-te meu amor.
A meu coração peço, dentro de mim,
com o desejo de quem ama:
'Ó, que eu o tenha como esposo esta noite,
sem ele sou como alguém no túmulo!'
Não és para mim a saúde e a vida?
Meu coração procura-te
e regozija-se com o teu bem-estar."

sexta-feira, 6 de julho de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012



Por volta de 4.000 a.C., as pessoas batiam discos e paus uns contra os outros, utilizavam bastões de metal e cantavam. Posteriormente, nos grandes templos dos deuses, os sacerdotes treinavam coros para cantos de música ritual. Os músicos da corte cantavam e tocavam vários tipos de harpa e instrumentos de sopro e percussão.



A escrita egípcia, denominada hieroglífica foi primitivamente pictográfica, isto é, cada sinal representava um objeto. Gradativamente os antigos sinais foram substituídos por caracteres que designavam sílabas, mais tarde reduzidos a vinte e quatro símbolos que representavam sons da voz humana. Além da escrita hieroglífica, usaram os egípcios dois outros sistemas de escritas: o hierático que era uma forma cursiva para fins comerciais e o demótico, usado nos últimos períodos e que consistia numa forma mais simples e mais popular do hierático.

A literatura foi de natureza sobretudo religiosa e filosófica. As suas mais antigas manifestações são constituídas por inscrições feitas nas pirâmides e em túmulos suntuosos. Merece citação a "Canção do Harpista", repassada de ceticismo em relação à vida depois da morte e sugerindo o gozo dos prazeres mundanos. Além dos textos esculpidos nos túmulos e nas pirâmides, havia também, contos, romances e hinos religiosos. O "Diálogo de um Misantropo", é um condenação das iniqüidades e injustiças desta vida e uma exaltação da outra, verdadeira libertação de todos os infortúnios humanos.

A literatura egípcia projetou-se na literatura de outros povos. No Livro do Provérbios de Salomão, por exemplo, sente-se a influência de um livro egípcio intitulado "A Sabedoria de Amenemope", obra de fundo ético e didático.

A contribuição da civilização egípcia para idéias religiosas e éticas é transcendental. Do Nilo derivou-se uma grande parte do progresso intelectual das épocas posteriores. A filosofia, a astronomia, a matemática, a escrita e a literatura nasceram no Egito. Tal fato, por si só, já é suficiente para que se tenha uma idéia bem nítida da importância da herança que foi legada à posteridade pela velha civilização dos faraós.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dança do ventre



Acredita-se que a dança do ventre tenha sua origem há mais de 5 mil anos no Egito Antigo. Era praticada pelas altas sacerdotisas em rituais para a deusa Ísis. No Egito, a dança contava a história dos deuses, modo bem simples de transmiti-la para o povo. A dança substituía as cartas, sendo que cada movimento do corpo tinha um significado próprio.
Em meados de abril, as sacerdotisas de Bastet (deusa que representava os poderes benéficos do Sol) desciam o rio Nilo, anunciando as festividades em homenagem à Deusa. Para tanto usavam uma espécie de sino de metal, que mais tarde foi substituído pelos snujes (as castanholas árabes). Acreditava-se também que ao dançar com os snujes, a bailarina purificava o ambiente, espantando os maus espíritos.

Menat



 Eram largos e pesados colares feitos com pérolas ou contas coloridas de cerâmica, pedra dura ou metal precioso, montadas em semicírculo formando um grande crescente. A borda externa podia ou não ser guarnecida por pingentes. Eram dotados de longos contrapesos, os quais equilibravam seu peso considerável quando eram colocados no dorso do portador. Ao serem agitados nas festividades produziam o ruído característico do choque das miçangas. Esse som transmitia vida e poder, tornava as jovens mulheres fecundas, mas também favorecia o renascimento espiritual do ser no além-túmulo. É com esse objetivo que a deusa Hátor oferece um destes colares ao faraó Seti I (c. 1306 a 1290 a.C.),






Também eram empunhados e agitados principalmente pelas sacerdotisas de Hátor, sendo que as mais experientes dentre elas tocavam o crótalo com uma mão e o menat com a outra. A executante podia usar o colar no pescoço ou, levando-o nas mãos, apresentá-lo à pessoa a quem desejasse oferecer boas vibrações. Diversos estudiosos concordam que o menat simbolizava prazer e júbilo, tanto do ponto de vista da fertilidade, quanto da perspectiva da satisfação sexual. As suas fileiras de contas e o contrapeso de aparência fálica parecem combinar os princípios feminino e masculino em ação. Ele evocava a união de Ísis e Osíris na criação de Hórus e ao ser oferecido aos mortos, o instrumento permitia a revitalização deles no outro mundo. Em uma pintura tumular do Império Médio podemos ver que um grupo de dançarinas, musicistas e cantoras entrega o menat ao dono da tumba em meio a uma festa. Elas balançam o instrumento e dizem:


Para aumentar sua vitalidade, o colar de Hátor. Que ela o abençoe... Para aumentar sua vitalidade, as gargantilhas de Hátor. Que ela prolongue sua vida para o número de dias que você desejar...

Sistro



O sistro era uma espécie de chocalho, frequentemente feito de bronze, e apresentava uma cabeça de Hátor colocada no extremo de um cabo com formato de haste de papiro. No lugar dos chifres da deusa, e muito mais compridos do que eles, havia um arco metálico cruzado horizontalmente por três ou quatro pequenas hastes também de metal que atravessavam pequenos címbalos, igualmente metálicos. Cada uma das hastes era freqüentemente feita de material diferente e interpretadas como representações dos quatro elementos que formam o mundo vivo: a terra, o ar, o fogo e a água. Os sistros com apenas três hastes, como este ao lado datado do Período Tardio (c. 712 a 332 a.C.), simbolizavam as três estações: cheia, semeadura e colheita. Ao se agitar o sistro, as peças soltas soavam em conjunto. Um certo grau de afinação era possível e enquanto alguns dos instrumentos produziam um som rouco enervante, outros emitiam sons descritos como "de doce fascínio". 

Anteriormente, porém, desde o Império Antigo, existia uma outra forma de sistro, menos barulhenta. Sempre com cabo em forma de papiro, apresentava um recipiente fechado e lindamente decorado com a cabeça da deusa, dentro do qual sementes produziam sons semelhantes aos de juncos de papiro agitando-se. O receptáculo costumava ter a forma de uma pequena capela representando o espaço sagrado no qual o primeiro som que criou o universo aconteceu. O relicário pode simbolizar também a casa de canas construída para abrigar Hátor quando ela deu à luz a seu filho, Ihy, um deus-criança da música. O próprio nome de Hátor significa casa de Hórus e a imagem do falcão aparece freqüentemente aninhado em cima do relicário do sistro.

A origem do instrumento parece ter sido a Núbia, onde surgiu como componente dos ritos de fertilidade locais, ou talvez tenha evoluido de um ritual arcaico que consistia em cortar brotos de papiro com caules longos, secá-los, segurá-los em forma de arco e sacudi-los rítmicamente para abrir o coração da pessoa à deusa Hátor. Os brotos de papiro secos contêm um certo número de sementes soltas que produzem um som sibilante musical quando são chacoalhadas. A palavra egípcia seshesh, que significa sussurrar, deu origem ao nome egípcio do instrumento, seshest, onomatopaico, lembrando uma das mais protetoras e antigas deusas do Egito, a deusa-naja Wadjit, que se acreditava pudesse ser chamada sussurrando sons e encantada através de música rítmica. Alguns dos sistros mais antigos apresentam hastes na forma de serpentes, reminiscência dos velhos rituais de colheita.


Agitando-se o sistro pelo cabo produzia-se um som agudo e prolongado muito apropriado para acompanhar ou ritmar o canto. Acreditava-se que ele tivesse virtudes de apaziguamento, aliviasse as mulheres no parto, afastasse os malefícios e abrandasse os modos das pessoas. Eram sempre tocados em momentos de alto significado religioso como, por exemplo, quando chegavam os que estavam de luto, quando o faraó e a rainha apareciam, quando as cantoras começavam a cantar. As sacerdotisas de Hátor e as de Bastet costumavam agitá-los como parte dos rituais que realizavam e, ao que parece, supunha-se que eles estimulavam a fecundidade. A própria forma do instrumento tinha conotações com a junção das energias masculina e feminina: sua parte superior continha as sementes ou címbalos, simbolizando o ventre da mulher e o cabo alongado simbolizava o falo do homem. Quando se manifestava sob a forma da deusa Nebethetepet, conhecida como Senhora da Vulva, Hátor era representada como um sistro com o desenho de um relicário incorporado nele.

Crótalos



Os crótalos eram formados por duas placas iguais, geralmente de marfim ou de madeira, apresentando um formato curvo como se fossem aspas. Batendo-se as duas metades entre si produzia-se o som. Costumavam ter um desenho entalhado nelas como, por exemplo, mãos, um relicário, uma cabeça de mulher ou, mais comumente, a cabeça de Hátor. Pares de diferentes formas e tamanhos foram encontrados em diversos sítios arqueológicos egípcios. Os que apresentavam formato de mãos parece que estavam relacionados com Hátor no seu papel de mão do deus, ou seja, a mão de Atum, o qual, segundo o mito heliopolitano sobre os primórdios da criação, havia gerado Shu e Tefnut se masturbando. Acima vemos um destes instrumentos, de marfim, exposto no Museu Britânico de Londres. Clique aqui para ampliar a figura. Um modelo de origem não egípcia, provavelmente oriúndo da Fenícia, tinha o formato de uma pequena bota de madeira cortada pela metade no sentido longitudinal e sulcada na parte correspondente à perna, enquanto que a parte cônica correspondente ao pé servia como cabo. Alguns modelos de tamanho pequeno ficavam escondidos na palma das mãos dos músicos, de maneira que não podem ser percebidos nas ilustrações. Acredita-se que nos relevos nos quais a mão do dançarino aparece como um punho, provavelmente isso significa que ele está segurando esse crótalo menor, correspondente às nossas atuais castanholas.

Lutes


Lutes, semelhante ao bandolim, fez sua aparição no Egito durante o Novo Reino . Ganhou popularidade no Oriente Médio no início do segundo milénio aC. Embora com ampla aceitação no Egito, seu uso foi totalmente abandonado durante a época helenística, apenas para reaparecer mais uma vez depois da invasão muçulmana do Egito em meados do século VII dC.
 Lutes eram normalmente feitas com um corpo oval ressonância feita de madeira e, talvez, parcialmente coberta com couro e parcialmente por uma fina folha de madeira com uma abertura para liberar o som.


O rei Ahmose possuía uma harpa feita de ébano, ouro e prata , enquanto Tutmés III encomendou "uma harpa  feita com ouro, prata, lápis-lazúli, malaquita e pedra "


A importância da música no Antigo Egito está ligada à deusa Merit, encarregada de manter a ordem do Universo por meio da música. Embora a voz fosse relevante, o papel primordial era atribuído aos instrumentos musicais. Conservaram-se inúmeras representações dos instrumentos, e até alguns deles.
As primeiras representações da vida musical do Antigo Egito são baixos-relevos da época do Antigo Império. Havia instumentos de sopro como clarinetes, flautas duplas, flautas simples e trompetes, confeccionadas de cana, madeira ou metal. Havia também tambores compridos percutidos com batões, harpa, tocada apoiada no chão, além de pandeiros e castanholas, que serviam para marcar o ritmo. No final desse período foram introduzidos a lira pelos beduínos e o aboé, originário da Mesopotâmia.
A música era tocada nos trabalhos do campo, nas paradas militares, nas procissões religiosas e nos banquetes, quandos eram executados cantos e danças.

Harpa



Segundo uma lenda, a harpa foi inventada pelo povo egipcio para tocar as melodias que agradavam seus deuses.

A harpa, juntamente com a flauta, é um dos instrumentos mais antigos. Teria se originado dos arcos de caça que faziam barulho ao roçarem na corda. Ela é sempre triangular, lembrando um arco de caça. Tem-se conhecimento através de fábulas épicas, poesias e trabalhos de arte, que as harpas existiam séculos antes de Cristo, na Babilônia e Mesopotâmia. Foram encontrados desenhos de harpas na tumba do Faraó Egípcio Ramsés III (1198-1166 a.C.), em esculturas da Grécia antiga, em cavernas do Iraque que datam desde 2900 a.C. e textos religiosos judaico-cristãos afirmam que a harpa e a flauta existiam antes mesmo do Dilúvio. A harpa é constituída pelo corpo, pedais e cordas